segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Diário de uma fã - parte 1



Eu não me lembro exatamente quando, mas em um ano da minha vida, me disseram que eu estava doente. Ok, vamos contar essa história direito.
Eu realmente não me lembro o ano, mas eu estava começando a adolescência, e por conta de uma série de coisinhas, um médico passou para o outro até que parei nas mãos de um reumatologista que me passou um monte de exames. Meus pais tinham uma grande preocupação e queriam que tudo fosse bem claro, então fiz exames caros em clínicas caras, coisa que eu olhava e pensava "meu deus, pra que gastar tanto dinheiro com isso?". Mas fiz todos os exames e fui para a consulta que eu nunca vou me esquecer.
O médico parecia precisar de um médico para ele - sério, ele era muito estranho. Durante a consulta ele leu os exames e disse com todas as letras que eu tinha uma doença auto imune,  que diminui dramaticamente o tempo de vida e com sintomas que fazem com que qualquer pessoa perca a cabeça mesmo antes de começar a tê-los. Lembro-me também do médico dizendo que não tinha cura, mas tinha um tratamento com um remédio que me faria engordar muito, mas ajudaria.

Bom, não preciso dizer que na minha mente adolescente eu já estava com o contador ligado, não é?
A questão é, o diagnóstico era trágico e eu não sabia o que fazer.
Me isolei apenas com meus pensamentos, tentando, de alguma forma, achar uma saída. Como toda pessoa em desespero, busquei ajuda espiritual, recorrendo para todos os tipos de fé que pudessem me ajudar. Nunca rezei tanto na minha vida.
Evitava falar sobre aquilo e até hoje é uma coisa que eu não gosto de falar sobre.

Uma coisa que me ajudou no meu auto-isolamento e, consequentemente, minha melhora na auto estima, foi a música. As pessoas podem até achar que é besteira, que eu estou falando isso por falar, mas é verdade. A música me ajudou muito. Em especial, Bon Jovi.

Foi nessa época tão escura da minha vida que eu descobri que eu era fã de Bon Jovi, foi aí que aquele termômetro das bandas foi às alturas em mim. Eu ouvi a discografia de cabo a rabo, pegando em cada uma, sua ajuda para mim.
É clichê dizer que Keep the Faith foi o ápice, não é?
Pois é, mas outras como, These Days, Hey God e Livin' on a Prayer foram minhas grandes reflexões.

Lembro-me de pegar o DVD do Crossroads do meu pai pra ficar assistindo os clipes e ficar sorrindo igual boba e me apaixonando pelo Jon.
Lembro de decorar Bad Medicine, até as partes mais rápidas.
Lembro de encher o saco de todo mundo falando do Bon Jovi e até ser conhecida por "menina do Bon Jovi" no inglês por algum tempo.
Lembro principalmente de não chorar mais por conta do tal diagnóstico e sim pelo fato que eu estava apaixonada por uma banda maravilhosa.

No final das contas, o tal médico estava enganado, eu não tinha aquela doença, meus dias não estavam contados, eu não iria tomar um remédio que me deixaria um balão. Eu estava mais do que feliz quando saí do consultório da doutora de verdade, e quando coloquei no celular Lost Highway, eu senti a energia, eu me senti viva.


Esse é um dos 10000 motivos pelos quais Bon Jovi é a banda da minha vida, mas esse é o motivo principal por eles terem salvado a minha vida, não que eles tenham feito algum tipo de milagre (talvez tenham feito, como vou saber?), mas o mais importante é que na minha cabeça foi colocado que eu estava doente, e eu esqueci parcialmente da minha "doença" por conta do Bon Jovi.


Então é isso, pessoal. Essa foi uma história verdadeira da minha vida, espero que tenham gostado.

Kiss,
Nat.

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