
Depois de algum tempo resolvi que deveria falar sobre algo que me tocasse profundamente, então pensei “talvez eu devesse assistir ao Rock In Rio pra ver se algum show me inspira a escrever”. Entretanto, eu não consegui assistir nenhum show do RiR até então. Algo acontece comigo quando se trata de festivais. Na verdade, eu já tentei acompanhar algumas vezes, mas não é algo que eu seja realmente fã, mesmo que for para inspiração.
Mas o foco não é 100% no RiR, e sim, em uma pessoa em especial que tocou no festival. Claro, pelo título da postagem já dá para saber de quem se trata, mas vamos por partes.
Quando foi anunciado que uma banda formada por grandes nomes da música juntamente com um dos mais brilhantes astros de Hollywood estaria vindo para o Brasil, eu pensei que já sabia mais ou menos o que esperar do Hollywood Vampires, com Alice Cooper nos vocais, Joe Perry (Aerosmith) e Johnny Depp nas guitarras, Duff McKagan (ex-Guns n’ Roses) no baixo e Matt Sorum (ex-Guns n’ Roses) na bateria. A banda foi formada a partir de uma ideia de um ponto de encontro de grandes nomes da música num bar em Los Angeles nos anos 70, onde para entrar era só pagar uma bebida aos integrantes. Vampiros da música como Keith Moon (The Who) e, John e Ringo (Beatles) também faziam parte do supergrupo. Somente anos depois, em 2015, eles se juntaram e lançaram um álbum self-titled, com participações especiais, incluindo Paul McCartney e Slash.
Bom, acho que já introduzi bem a banda, não é? Pois bem, eles se apresentaram na última quinta-feira (24/09) no Palco Mundo do Rock In Rio e eu confesso que pela minha falta de multishow e muito sono, acabei não assistindo (ora, deixe-me ser sincera). Então me propus a assistir ao único show que me interessava no festival (tirando A-ha, claro) apenas no dia seguinte, quando achei o show completo no youtube (link). Foi então que eu percebi que eu não sabia nem metade do que estava por vir.
O show foi sensacional, como era de se esperar de músicos de tamanho escalão, e a plateia curtiu muito os sons autorais da banda e as covers e os solos de guitarra e baixo geniais durante o show. Também teve a participação de umas das vozes que eu mais amo, Lzzy Hale (Halestorm) que cantou Whole Lotta Love (Led Zeppelin). E foi simplesmente espetacular como havia sintonia em cima daquele palco. E também já puxando o tópico principal desta postagem, preciso dizer, como Johnny Depp estava bem no show, isso em termos de música e palco, ele tinha uma visível conexão com todos ali, mas era nítida a seriedade como músico, muito diferente do que se espera de alguém como Capitão Jack Sparrow.
Uma coisa que eu ouvi praticamente a sexta-feira inteira foi “não sabia que ele tocava guitarra tão bem” ou ainda “achei que ele fosse só um ator pagando de músico”; esses dois comentários se destacaram de todos os que eu ouvi porque foram um tanto dramáticos, já que até pra quem não acompanha muito da carreira do ator devia se lembrar daquela participação que ele fez com o Black Keys no MTV MovieAwards em 2012
E não para por aí, mas vamos desde o começo.
Johnny era fã de bandas como Kiss, Aerosmith e Alice Cooper e uma das suas maiores inspirações: Tom Waits e se apaixonou pela guitarra. Ele deu os primeiros passos de sua carreira com 13 anos quando formou sua primeira banda, The Flame. Quando ele deixou a escola com 16 anos, teve sua banda seguinte “The Kids” que abriu shows pra grandes bandas como Talking Heads, B-52 e até para seu herói Iggy Pop.
Ele foi em busca de mais sucesso se mudando para a Califórnia, até conseguiu alguns shows com a banda incluindo um com Billy Idol, mas viu que ali o cenário musical era muito competitivo e não dava pra fazer dinheiro só com a música, então trabalhou em vários empregos abaixo da média. Até que conheceu a agente de Nicolas Cage, que o encaminhou para um teste para um filme de Wes Crane, que se tornaria o clássico “Hora do Pesadelo”.
A partir daí, ele seguiu carreira em Hollywood como ator, não que ele tivesse desistido da música, mas as pessoas viram nele um ator em potencial. Sem nunca deixar a guitarra de lado, fez participações no palco de muita banda de prestígio como ZZ Top, Aerosmith, Marilyn Mason, entre outras.
Ele nunca deixou a guitarra de lado, sempre procurando tocar com amigos, mas dessa vez, ele juntou o prazer de tocar com os amigos para manter o sonho vivo, então continuar tocando guitarra e, esperamos que por muito tempo, junto com os amigos do Hollywood Vampires.
Então, não é bem um ator “pagando” de rockstar, não é?
Johnny Depp é um verdadeiro rockstar.
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O obrigada de sempre!
Kiss,
Nat.