terça-feira, 13 de setembro de 2016

Meu primeiro festival e a falta de parceria entre as minas.


Na última quarta-feira (07/09), naquele feriado no meio da semana quando o Brasil celebrava sua independência, estava rolando o festival mais aguardado pela galera do "metal jovem", o Maximus Festival, que trazia em seu lineup bandas aclamadíssimas como Rammstein, Disturbed e Marilyn Manson. Além dos grandões do metal, também vieram as bandas mais "jovens" como Bullet for my Valentine, Hellyeah, Shinedown e Black Stone Cherry, entre tantas outras.

Hollywood Undead
Fiquei surpreendida por uma banda que entrou no palco toda mascarada. Logo pensei "pff, já me basta Slipknot", mas logo eles tiraram as máscaras e me surpreenderam com a qualidade musical, estou falando de Hollywood Undead. Eles têm uma pegada rock com rap que faz com que as músicas não te deixem ficar parado. Entrou com êxito na minha lista do Spotify (que disponibilizarei em breve quando eu arrumar e fizer um post decente sobre).


Apesar de ter me surpreendido com muitas bandas, fui ao festival para ver uma banda específica, uma bandinha que veio ao Brasil em 2013 sem fazer muito barulho e que eu quase arranquei minha pele por não ter ido ao show. Halestorm.
Na verdade, eu estava sem esperanças de ir nesse festival, então minha amiga e a mamãe queridíssima dela fizeram questão de me dar um ingresso como presente de aniversário (nem preciso dizer quantos dias e noites morri depois de saber o que iria ganhar). Então me preparei emocionalmente para ver a banda que eu admiro desde o final de 2012.

Chegando ao festival, eu não sabia o que pensar, fiquei em total estupor, nem conversar eu não conseguia. Era minha válvula de surpresa ativada. Logo nos direcionamos para a frente de um dos palcos, no momento estava ao vivo aquela banda dos meninos caipiras que tocam AC/DC e Iron Maiden com banjo, o Steve 'N' Seagulls , fiquei encantada. Logo percebemos que Halestorm estaria no palco ao lado então corremos para lá para tentar pegar um bom lugar na frente. E até que conseguimos. Mas não sem antes quase sermos engolidas por uma "rodinha".

Chad Gray - Hellyeah

Ah, Hellyeah, vou te levar para sempre no meu coração. Quando os caras começaram mesmo o show, eu não estava prestando muita atenção, aí um dos guitarristas cuspiu um sangue falso bem no rosto do vocalista, que ficou parecendo o próprio satanás. Percebemos algumas pessoas muito empolgadas e eu falava com a minha amiga fazendo referência aos shows do Avenged Sevenfold "esse cara só não pode pedir pra galera fazer rodinha", foi dito e feito. Ficamos no meio de duas rodinhas e eu gritava para eles irem para outro lado. Sabe, eu não estava afim de levar umas cotoveladas antes de ver minha banda no palco.

Show vai, show vem, então entrou Halestorm e eu quase morri. Minha reação natural ao ver algo que eu gosto muito é parar. Simplesmente ficar petrificada. Minha amiga chorou, eu não consegui, na verdade, até agora não consegui processar muito bem aquele show. Ver a Lzzy Hale (vulgo meu crush feminino) foi uma das coisas mais incríveis de shows dessa minha vida.
Halestorm (por Beatriz Garcia)

Cantei e gritei até minha garganta implorar para eu parar. Não tem nada nesse mundo que descreva o prazer de ver de perto uma das bandas da sua vida. Halestorm veio como uma aspirina no meu 2013 turbulento, quantas noites eu não passei ouvindo In You Room ou Beautiful With You com dor de cotovelo? Quantas vezes eu não gritei sozinha em casa ao som de Freak Like Me? Pois é, tenho um estranho amor por The Strange Case Of

Porém não só de flores foi feito o show da banda que eu fui especialmente ver nesse festival. 
Tem uma coisa que eu não tinha experienciado até ir num festival, que é o fato de que nem todo mundo está ali para ver a mesma banda que você. E isso não é nenhum problema, eu não aguentava mais a cara de diabo do vocalista do Hellyeah, mas eu estava lá e estava de boa. 
Quando Halestorm entrou no palco, surtamos. Gritamos com todas as nossas forças. E na minha frente, uma moça muito legal virou para a amiga dela e disse "afff que bosta, é uma mulher". Não me controlei e cutuquei a moça e falei "bosta não, hein", ela ignorou.
Na verdade, ela ignorou o show. Ela passou o show inteiro na minha frente com os dedos nos ouvidos e de cabeça baixa. Aquilo me incomodou mais do que deveria. Em certo momento, o Arejay (baterista), tirou a camisa e foi então que a moça começou a prestar atenção no show, mas mesmo assim com os dedos nos ouvidos. 
Tudo bem, cada um tem sua opinião e ninguém é obrigado a gostar das mesmas coisas que eu. Mas eu achei uma falta de respeito tão grande com a banda, mesmo que eles nem tenham visto que isso aconteceu.
Uma coisa eu aprendi quando me enturmei com a galera das bandas independentes, aprendi a respeitar, apoiar e curtir o som dos amigos que estão ali ralando, nem todo mundo nasceu Metallica. Nem todo mundo nasceu uma Joan Jett, mas custa dar uma moral pras bandas? Custa deixar mais forte essa força entre as minas? Se as mulheres descartam uma banda porque é uma mulher canta, o que será da gente? Porra, a união faz a força.

Pronto, comecei com frases clichés então é melhor eu parar por aqui.
Fazia tempo que eu não me inspirava e eu adorei escrever esse post, agora tenho conteúdo para mais dois ou três posts. 

Valeu!

Kiss,
Nat.